sábado, 1 de junho de 2013

Pequeno Resumo do Livro " O Brasil - Território e Sociedade no início do século XXI" - Milton Santos


Neste importante livro dos influentes autores Milton Santos e Maria Laura Silveira, várias questões fundamentais para a compreensão da categoria território dentro da geografia são abordadas, aprofundando depois a análise para abarcá-lo no contexto das discussões sociais nesta virada para o terceiro milênio.
Diversos pontos clássicos do pensamento de Milton Santos são debatidos, tais como os conceitos de fluidez/viscosidade, espaços luminosos/opacos, espaços de rapidez/lentidão e espaços de mandar/obedecer. Categorias de análise teórica também são trazidos, tais como o conceito de meio técnico-científico-informacional, o desenvolvimento por pontos e/ou manchas e a delimitação da Região Concentrada no Brasil, entre o Sul-Sudeste e centralizada na megalópole Rio-São Paulo-Campinas.
Crítico e profundo como, ademais, todas as obras anteriores desses pensadores, a obra usa como lastro a ideia de vazio de consumo capitalista para entender a sociedade atual, onde os desejos infinitos sustentam o consumo enlouquecido de bens materiais, lembrando o célebre conceito-chave do marxismo do fetiche da mercadoria.
Por fim, mas não menos importante, os autores ficam pé diante da globalização existente, percebendo que nela os atores desse enredo atribuído ao "mundo" são, na realidade, as grandes corporações, que dispõem de força suficiente para induzir os Estados a adotar comportamentos que respondam aos seus interesses privados. A globalização se configura, portanto, como um processo primariamente ideológico, e não como uma quimera de trocas comerciais equânimes entre territórios iguais como querem alguns.


quinta-feira, 30 de maio de 2013

Pequeno Resumo do Livro "Sobre a Brevidade da Vida" - Sêneca


Sobre a brevidade da vida é a obra mais difundida e um dos tratados mais significativos do grande filósofo, dramaturgo, político e escritor do início da Era Cristã, Sêneca (4aC - 65dC), além de ser um dos textos mais conhecidos de toda a Antigüidade latina . Um homem cuja morte exemplificou o desprendimento e a paz de espírito que ele tanto pregava, ao constatar que "cada um se lança à vida, sofrendo da ânsia do futuro e do tédio do presente".
Arguto observador da cena política, já àquela época ele indagava: "Quantos prefeririam ver em desordem a República e não a sua cabeleira?" Daí sua constatação fundamental sobre a política, e que vale até hoje igualmente, de que "um povo com fome não é racional, portanto, nem a eqüidade saberia acalmá-lo, nem as orações dobrá-lo".
São desenvolvidos temas como aprendizagem, amizade, livros e a morte, e, no correr das páginas, vão sendo apresentadas maneiras de prolongar a vida e livrá-la de mil futilidades que a perturbam sem, no entanto, enriquecê-la. 
Sua visão da proporcionalidade e da diferença entre todas as coisas pode ser resumida em uma bela frase de sua autoria: "Lentos jumentos são mais capazes para o trabalho que nobres cavalos, e quem já oprimiu a generosa agilidade deles com uma pesada bagagem?"


quarta-feira, 29 de maio de 2013

Resumo - Sinopse do Filme "Exterminador do Futuro 4"


Exterminador do Futuro: A Salvação traz a 4ª seqüência da série iniciada na década de 1980, cuja temática apocalíptica e ação impactante conquistou adeptos não só entre os aficionados pelos filmes de ficção científica, mas entre os que gostam de bom cinema em geral. Afinal, pelo menos até o 2º filme da série (Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final), os mirabolantes efeitos especiais estavam acompanhados por roteiros decentes, e, mais importante, tínhamos a direção interessante de Joel Schumacher, cujo maior crédito, talvez, esteja no ótimo Um dia de fúria. 
Nesta continuação, porém, ficamos reféns do entretenimento vazio, das explosões e monstros tão em voga nesses tempos em que, por exemplo, os filmes da série Transformers fazem tanto sucesso nas bilheterias. Também não é por acaso a escolha pela beleza física dos atores, o que nos leva a pensar como é que as pessoas são tão bonitas em um cenário pós guerra nuclear, onde, supostamente, a escassez é a regra. Ah, os cartazes não ficariam bonitos!
Para aliviar o desastre total que foi a 3ª seqüência (Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas), os produtores apelaram para um tática conhecida: contrataram um ator em evidência para o papel principal, Christian Bale, que atualmente interpreta o Batman nos filmes da série. Pena, pois o talento de Bale, que pode ser visto em filmes como Psicopata Americano e O Operário, fica totalmente comprometido na série de chavões que cabe à sua personagem, como no caso de ele ser o profeta incompreendido que luta, com muitas dificuldades é claro, para mostrar aos seus superiores a razão por trás de toda a trama. É a triste, e velha, história: “Alguém tem que pagar o aluguel”, e, lamentavelmente, filmes independentes e transgressores, como os citados acima, em geral não cobrem sequer suas despesas. Os grandes estúdios, inclusive, fazem questão de manter seus “braços independentes”, no intuito de buscar novos talentos e obter o desejado reconhecimento da crítica, mas certamente não esperam deles que sejam lucrativos como seus braços mercadológicos.

Como o desastre do filme anterior foi muito retumbante, dificilmente este conseguiria afundar ainda mais a franquia, e foi pensando assim que surgiu mais um forçado roteiro para tentar alongar um pouco adiante a história que, a rigor, poderia ter terminado com sucesso ao final do segundo filme. Não por acaso, o diretor faz uma série de referências aos dois primeiros filmes, seja em cenas ou em falas que ficaram famosas, mas, não por acaso, não aparece qualquer citação ao 3º filme. Sem contar que algumas partes foram alteradas, como a data do julgamento final - prevista no primeiro filme para o ano de 1997, e ”atualizada” para “um ano no início do século XXI” – com o intuito claro de tornar mais apresentável a história vendida.
Infelizmente, trata-se quase que somente disso: comércio, e, ao que parece, o filme atingiu seu objetivo, uma vez que a bilheteria e o ganho de imagem parecem estar indo bem. Entretanto, e para finalizar, a boa idéia original de que as máquinas, eventualmente, se tornarão conscientes e buscarão sua auto-suficiência foi relegada miseravelmente para o último plano. Outros filmes fizeram sucesso com essa temática (2001: Uma Odisséia no Espaço, Matrix, dentre tantos outros), mas esse Exterminador do Futuro 4: A Salvação é apenas mais um produto na prateleira do consumo do entretenimento cinematográfico.

Resumo do Livro "O que é Poder" - Gérard Lebrun


Este pequeno livro trata das questões sobre o poder, em particular o poder social. Para tanto, a autor define comunidade como sendo uma "congregação de homens (societas) a quem seus próprios afazeres ocupam demais para que possam dedicar-se aos interesses do todos, e que, por isso, devem ser protegidos pela instância política, em vez de participarem dela".
Assim, o ideal de democracia plena se encontra substituído pelo da democracia representativa, mas isto traz como efeito colateral o distanciamento ante as questões sociais e, em último caso, leva ao completo individualismo. Também se deve notar que há um importante paradigma na democracia quando se percebe que o "último chefe" é sempre humano e, portanto, sujeito às mesmas vicissitudes e falhas daqueles que o elegeram.
Daí Habermas colocar qual é a função do Estado, já que este deve "garantir ao mesmo tempo a lealdade das massas no quadro da democracia formal". Trata-se de evitar rupturas na ordem, sendo o Estado o guardião do status quo e mantenedor do consenso social. 
Por tudo isso, o poder, enquanto forma de organização social e, principalmente, estatal, tende à concentração e à manutenção da ordem, sendo, portanto, conservador em sua raiz, fazendo lembrar inúmeros casos de opositores ferrenhos ao mais variados regimes ao longo da História que, uma vez titulares do poder governamental, passaram a praticar políticas conservadoras.


Resumo do Livro "Discursos geopolíticos da mídia: jornalismo e imaginário internacional" - Margarethe Born Steinberger

Escrito por Margarethe Born Steinberger, professora de Comunicação e Linguística da PUC-SP e editado pela Cortez o livro “Discursos geopolíticos da mídia” foi elaborado buscando entender a imprensa que temos, a partir do nosso lugar no mundo e, fundamentalmente, aquilo que jaz subjacente à cobertura da grande mídia.Steinberger é mestre em Letras pela PUC-RJ, e doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. 
A autora se vale de sua ampla experiência em vários veículos de comunicação, entre eles a Folha da Tarde e a Folha de São Paulo, sendo que por esta última ela cobriu os importantes desdobramentos da reunificação alemã após a queda do Muro de Berlim. A obra encontra-se estruturada em oito capítulos que partem de uma perspectiva teórica da história cultural e da análise do discurso, adentram os cenários geopolíticos estruturados pela/para mídia, em particular sua articulação com o imaginário social, até desaguar no imaginário jornalístico propriamente dito, circunscrevendo a análise à América Latina.
A questão subjacente ao trabalho encontra-se na determinação existente ou criada na legitimação dos discursos geopolíticos da mídia na AL, face ao excessivo poder concentrador dos meios de comunicação de massa na região e sua capacidade de, se não forjar políticas, ao menos ratificá-las ou contestá-las com boa dose de impacto. Assim, no primeiro e segundo capítulos a autora traz a questão histórica que permeia as apresentações geopolíticas, caracterizando-as como “historicizável” conforme a época, aos aspectos científico-tecnológicos ou a atividade social de que se trate. Trata-se, sobretudo, de entender o discurso geopolítico como uma dimensão daquilo que é controlável pelos detentores do poder.Mais uma vez, a autora busca salientar o uso epistemológico dos temas em questão, ressaltando suas concepções variadas e notando que nem sempre essa complexidade é levada em consideração na montagem do discurso. O terceiro capítulo sobrepõe a geopolítica à cultura pós-moderna, cuja síntese vem na emergência de uma geopolítica da cultura. Tal concepção se pauta pela crítica, calcada em aspectos humanos e interessada na constituição de uma geopolítica da mídia que, se ainda ensaia seus primeiros passos, não deve ficar alheia ao seu contexto social.Vem à tona a ideia de insulamento das elites, que se fazem representar ou que propriamente são os donos da mídia, na eleição das pautas jornalísticas, citando, por exemplo, o trabalho de José Arbex Jr, “Showrnalismo”, que mostra a inversão do discurso, ou da lide no jargão do jornalismo.
O quarto capítulo é dedicado à análise do imaginário social como ferramenta para se compreender a geopolítica da mídia. Surge, apropriadamente, o conceito de práxis antagonizando o imaginário/simbólico e o fazer humano histórico, cujo pano de fundo se encontra na consolidação das instituições que vêm formar a opinião pública internacional.A América Latina passa atualmente por longo período democrático, mas apesar de viver um período de relativa paz institucional, avessa às ditaduras de segurança nacional ou similares que assolaram a vida social e política no século passado, a autora nota que este espaço deve ser conquistado diuturnamente, haja vista os acontecimentos recentes na Venezuela e na Colômbia. O quinto capítulo discorre sobre a mídia no espaço público internacional, analisando o funcionamento dos seus discursos e a oposição de parte dos excluídos desse espaço, que se dá também pela limitada regulação que se verifica no acesso a esses espaços. É o próprio conceito de soft power, que ordena agendas de limitada relevância e impacto, apesar de terem surgido para a cena, inclusive na mídia.Em que pese o ganho de importância que os temas geopolíticos agrupados no amplo espectro do soft power tiveram nos anos recentes, percebe-se, ainda, uma forte carga ideológica a pautar o discurso, como no caso citado da atuação estadunidense nas tratativas para a consolidação de um regime de desenvolvimento que envolva uma matriz energética menos dependente do carvão e do petróleo. Já o sexto capítulo adentra o imaginário jornalístico propriamente dito, mostrando a geopolítica como um mapeamento discursivo largamente encenado, onde o que passa a pesar é o valor da informação, convertida de valor de uso para valor de troca pela mediação imersa no capitalismo informacional.Essa transição entre valor de uso e valor de troca ganha contornos dramáticos com a revolução das comunicações, uma vez que, atualmente, o acesso à informação instantânea que vivenciamos ainda costuma se dar de forma direcionada, com alguns grandes grupos controlando quase todos os formadores de opinião, fazendo com que se pense na Era da Desinformação.No sétimo capítulo a autora circunscreve a análise da mídia na América Latina, tornando o texto mais fluido e menos teórico pela inserção de experiências que contrapõem uma negociação, barganha mesmo, da(s) autonomia(s) regional(is) no espaço midiatizado internacional. Fica a impressão de homogeneidade lógica nos discursos identitários, diante de um princípio de participação da sociedade civil no processo.No oitavo e último capítulo a autora fecha sua análise tratando do impacto da nova ordem geopolítica sobre a América Latina, enxergando uma cisão entre os discursos antigos, não renovados, e as práticas atuais, em particular no ressurgimento de discursos de (re)significação dos espaços a partir de uma lógica neocolonialista.

O livro tem muito mérito em tratar com profundidade teórica e prática tema tão espinhoso, seja pelos interesses que envolve, seja pela dificuldade de se defender posição antagônica ao discurso hegemônico em voga. Apesar de seu caráter denso, fruto que é de um rigoroso trabalho acadêmico, o livro consegue emergir à tona com um discurso bem concatenado, bem à maneira mostrada, e criticada quando ausente, durante tantos outros discursos apresentados.


Resumo de "Categoria de Análise na Geografia"

Talvez a mais complexa e contraditória forma de análise resida no estudo da categoria. Vários autores expressaram suas idéias sobre o tema. Aristóteles, por exemplo, entendia a categoria como as diferentes maneiras de se afirmar algo de um sujeito. Dentre as categorias da dialética cabe ressaltar as seguintes: matéria e consciência, qualidade e quantidade, entre outras. Milton Santos acrescenta as categorias estrutura, processo, função e forma, voltadas para a metodologia geográfica.
Dentro da intenção de identificar os conselhos de SPOSITO para esta análise, podemos notar o que esses conselhos podem contribuir para o referencial teórico de uma discussão acerca do pensamento geográfico, a partir da dimensão do método científico e partindo da premissa de sua análise ao longo da história.
A leitura do Pensamento Geográfico deve ser feita mediante uma reflexão baseada no radical (a busca do problema), na crítica (o objeto em crise) e no total (contextualização do objeto).

Assim, aconselha-se evitar algumas atitudes na contextualização do objeto de estudo:
1- Evitar a mera paráfrase: evitar colocar trechos de autores sem comentá-los, além de reescrevê-los com outras palavras.
2- Não se ater na admiração declamatória: não admirar demasiadamente um autor ao ponto de reconhecer que a sua obra é única e expressa um pensamento indiscutível.
3- Não expor um curso completo sobre o autor: não expor de maneira desnecessária a vida do autor nem mesmo quando o texto tem relação com o trabalho dele.



Resumo do Livro "Bem Está o Que Bem Acaba" - Shakespeare


Nesta deliciosa comédia o genial Shakespeare cria uma divertida peça-problema que tem um destaque muito importante: a presença de uma mulher no papel principal, algo pioneiro na literatura.
Bem Está o Que Bem Acaba é uma peça inspirada por uma história do Decamerão, de Giovanni Boccaccio, e tem como figura central uma beldade plebeia, Helena, apaixonada pelo nobre Bertram, criando o clássico embate para um amor impossível. Ao salvar a vida do rei graças (usando uma poção que lhe fora deixada pelo falecido pai), Helena conquista o direito de escolher um marido entre os homens solteiros da corte . Bertram, o escolhido, rejeita a idéia, mas, por se tratar de uma ordem real, aceita se casar, mas foge imediatamente para a guerra. Com isso, a desdenhada noiva lança mão de toda a sua perspicácia para conquistar o marido. 
Em um livro cheio de reviravoltas e situações inusitadas, vale destacar algumas frases significativas do Bardo em relação a alguns assuntos relevantes, dentre elas:
Sobre o luto: "Lamentos moderados são um direito dos mortos, o luto em excesso é um inimigo dos vivos";
Sobre o verdadeiro poder: "Que tú tenhas forças suficientes para enfrentar teus inimigos, mas que não precises usá-las de fato".
Sobre o uso inteligente da palavra: "Que te reprovem pelo teu silêncio, mas que jamais te censurem por falar demais".
Do falso amor: "E eu comecei a amar como um velho que ama o dinheiro, sem nenhum apetite."